Em dérbi tenso, Ponte vence, se mantém no topo e afunda o Guarani
Em um dérbi campineiro marcado pela violência, a Ponte Preta superou o Guarani por 2 a 0 neste sábado, no Moisés Lucarelli. Dentro de campo, os gols de Ricardinho e do artilheiro Ricardo Jesus salvaram a partida. Nas arquibancadas, festa até o intervalo. Depois, muitas provocações, confrontos com a polícia e incêndio, que prejudicaram o clássico de Campinas.
Com a vitória, a Ponte segue na cola da líder Portuguesa. A Macaca tem os mesmos 23 pontos da Lusa, mas tem saldo de gols inferior. O time enfrenta o Bragantino na próxima rodada da Série B em partida agendada para o próximo sábado, às 16h20m. O Guarani, por outro lado, está há sete partidas sem vencer e permanece na zona de rebaixamento. O Bugre encara o ASA-AL na próxima sexta-feira, às 21h, fora de casa.
Enquanto os times não entravam em campo, a torcida era a responsável pelo show. Duas horas antes do início do dérbi, pontepretanos e bugrinos já tomavam os arredores do Moisés Lucarelli e ensaiavam os hinos. Provocações foram inevitáveis, mas o forte esquema de segurança da Polícia Militar impediu confrontos. No total, 17.093 pessoas pagaram ingresso para ver o dérbi.
A Macaca investia nos cruzamentos da esquerda com Uendel, enquanto o Bugre, com dois atacantes altos, apostava nas bolas lançadas e chegou a carimbar o travessão com Denílson. Aos poucos, os anfitriões começaram a se soltar em campo. Aos 19 minutos, Uendel, Mancuso e Ricardinho fizeram uma grande triangulação com direito a passe de calcanhar, mas Ricardinho não aproveitou sua primeira chance. A segunda oportunidade do atacante foi fatal. Aos 29 minutos, ele entrou rasgando pela esquerda, recebeu uma assistência de Ricardo Jesus e colocou a bola no fundo do gol. O lance salvou o fraco primeiro tempo.
O clima só voltou a esquentar no intervalo. O locutor do estádio, Raul Lazaro, provocou a torcida do Guarani, que respondeu imediatamente com violência. Os bugrinos atearam fogo em um dos banheiros do Majestoso e impediu a aproximação de bombeiros para apagar o incêndio. Só depois de um intenso confronto da torcida com a polícia, que teve de usar bombas de efeito moral e balas de borracha, o fogo foi controlado. A confusão durou praticamente todo o intervalo do dérbi.
Com um clima quente, o jogo recomeçou com uma Ponte Preta acelerada. Os primeiros minutos foi de pressão total da Macaca e deu certo. Aos sete minutos, Renatinho fez uma excelente jogada pela esquerda e arrematou. Emerson chegou a defender, mas deixou a bola sobrar justamente para o artilheiro Ricardo Jesus. O atacante não perdoou e aumentou a vantagem alvinegra. Foi o décimo tento do goleador na Série B.
O segundo gol da Ponte foi uma ducha de água fria no incêndio bugrino. A Ponte seguiu dominando a etapa complementar sem dar chances para o rival. A superioridade foi tamanha que o técnico Gilson Kleina até arriscou colocar em campo o ídolo Dario Gigena, que não vinha jogando e está acima do peso. O atacante não comprometeu. O Guarani até chegou a balançar a rede, mas o gol foi anulado e a Ponte assegurou a vitória por 2 a 0 no dérbi campineiro.
Ao final do clássico, enquanto a torcida da Ponte cantava e comemorava a vitória, o Guarani voltou a atear fogo nas arquibancadas, enquanto a Polícia Militar apenas assistia ao incêndio.